A iniciativa propõe que a cidade tenha Ponto de Entrega Voluntária em cada região para disseminar a prática e ampliar a conscientização da população
No dia 13 de abril foi inaugurado um PEV-M (Ponto de Entrega Voluntária Monitorada) na Câmara Municipal de São Paulo. Localizado na área externa, os cidadãos podem descartar corretamente todo o material de EPS, sabendo que terão um destino sustentável. Após depositado, o material é encaminhado para cooperativas parceiras, onde passa a ser comercializado e transformado em novos produtos (molduras, rodapés, telhas termoacústicas*, solados, chinelos, material para preenchimento de puffs, floreiras, entre outros), promovendo benefícios aos cooperados e ao meio ambiente.
O trabalho ainda está no começo, mas já é possível ver resultados, como contou Marcelo Morgado, assessor do meio ambiente do vereador Gilberto Natalini. “O presidente da câmara e os funcionários se envolveram com a ação e estão enviando EPS para ser reciclado. É muito bom ver todos dedicados em um interesse ambiental”.
Campanha
A inauguração deste PEV-M é uma ação da campanha “Recicla Isopor®”, lançada no ano passado pelo vereador Gilberto Natalini em parceria com a Plastivida, Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos, e a Comissão de EPS da Abiquim.
“Gostaríamos de disponibilizar PEV’s em todas as regiões de São Paulo, mas inicialmente serão prioridade as regiões centrais, que são mais ameaçadas com amplo comércios, além de facilitar a logística reversa da rota do caminhão para retirar o EPS”, afirma Marcelo.
O objetivo da iniciativa é fomentar a coleta seletiva e descarte correto de EPS, além de informar a população que o EPS é um plástico 100% reciclável. “Com novas ferramentas e informações corretas, mesmo que ainda falte infraestrutura, a curto ou médio prazo podemos ter outra realidade”, declara Silvia Rolim, assessora técnica da Plastivida.
A campanha “Recicla Isopor®” atende também como um “projeto demonstrativo para outras prefeituras ou cooperativas se interessarem e adotarem novas ideias ou outros caminhos que ajude a sustentabilidade”, contou Marcelo.
Futuro
O EPS não é um material atrativo para que as empresas de coleta de lixo, uma vez que o plástico recolhido conta com 98% de ar e apenas 2% de matéria-prima, ocupando muito espaço e trazendo pouco retorno lucrativo.
A solução para essa questão será apresentada dia 30 de junho, na 14ª Conferência de Profissionais de Mudanças Sistemáticas, com tema sobre “Saneamento Urbano”. Foi desenvolvida uma máquina de degasagem* que, quando recolher o EPS, faz um vácuo que retira o ar, aquece, colapsa as bolhas e transforma a espuma em resina de EPS. Assim, é viável que no futuro os caminhões de coleta circulem com essa degasadora e se interessem em reciclar o EPS.
“Eu diria que está se plantando uma grande semente que é a informação. Acreditamos que tudo isso funcionará como uma bola de neve, informação é tudo”, conclui Marcelo Morgado.
*Termoacústicas: Também chamada de telha sanduíche, são a cobertura que reúne propriedades que isolam a temperatura e o som.
*Degasagem: Existência de bomba de vácuo que retira todos os gases eliminados no processo de extrusão, inclusive vapor.